7.01.2010

por Luíza Neto Jorge




I

Despertei
com o pássaro longínquo
um rumor de fome
no seu olho fito

Atirou-se a pique
sobre a crosta da terra
a picar no mais tenro
o que eu nuca vi nem
me apalpei

Carne nao era
talvez fosse
a pedra de toque
do meu sono

Soltando as asas
desde a
serra
veio voando
direito
à varanda onde
pela manhã passeiam
pombos

Atirou-se a pique
com o seu olho louco
a descobrir
o que eu esquecia

Carne seria
lôbrega ou viva
hélice de sol puro

0 comentários: