Vou pôr um anúncio obsceno no diário
pedindo carne fresca pouco atlética
e nobres sentimentos de paixão.
Desejo um ser, como dizer, humano
Que por acaso me descubra a boca
e tenha como eu fendidos cascos,
bífida língua azul e insolentes
maneiras de cantar dentro de água.
Vou querer que me ame e me abandone
com igual e serena concisão
e faça do encontro relatório
ou poema que conste do sumário
nas escolas ali além das pontes.
E espero ao telefone que me digam
se sou feliz, real, ou simplesmente
uma espuma de cinza em muitas mãos.
8.07.2010
por António Franco Alexandre
Publicada por as abóboras mecânicas à(s) 08:15
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
0 comentários:
Enviar um comentário